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25 de Abril de 2024
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    Malvino Salvador revive Jesus no Auto da Paixão

    Para os cristãos, a celebração religiosa mais importante do ano é a Páscoa. É o momento em que se comemora a ressurreição de Jesus Cristo, sua ida para junto do Pai. O desfecho de uma difícil e dolorosa jornada que foi chamada de Paixão. Tão comovente e tocante que povos de todas as partes do mundo há séculos se esmeram em representar, especialmente por meio das artes cênicas. O Brasil, como um país de maioria católica, tem essas encenações como um ponto forte cuja fama hoje é internacional. Mato Grosso não foge à regra e também monta sua Paixão, que este ano está ainda maior e reforça o Estado como destaque no cenário nacional.

    Serão três dias de apresentações (de hoje até domingo), no entorno do ginásio Aecim Tocantins, sempre a partir das 20h30, mais uma vez sob a coordenação do diretor e dramaturgo Flávio Ferreira, da companhia de teatro Cena Onze. Ele conta que este ano houve um acréscimo significativo em vários aspectos. Um deles é o elenco, desta vez capitaneado pelo ator Malvino Salvador (de novelas como A Favorita e Caras & Bocas, da Rede Globo), que aumentou para cerca de 170 pessoas. Segundo Ferreira, no ano passado girava em todos de 130 membros.

    Mais de 500 pessoas se candidataram para a peça este ano, o que para o diretor é mais uma prova da popularidade alcançada pelo evento. A maioria dos atores continua com seus personagens, mas também houve espaço para uma boa renovação do elenco. A seleção foi feita a partir de ampla pesquisa histórica, para assegurar a fidelidade às características da época. "Temos o cuidado de pedir, por exemplo, que os homens mantenham a barba grande em busca de mais veracidade", destaca Ferreira.

    Mais gente precisa de mais espaço. Então, o palco, montado especialmente para que o público acompanhe as várias estações da Paixão de Cristo, cresceu entre 20% e 30% em relação à edição de 2009, calcula. O exército de soldados foi outro que contou com acréscimo. Os animais, que entram como um complemento para criar o clima da época, também aumentaram. Só de cavalos, salienta ele, o número cresceu de cinco para nove.

    Outra mudança significativa está relacionada à ocupação do espaço para a apresentação. De acordo com o diretor, não serão mais realizadas cenas na parte de baixo do palco. A alteração atende a uma solicitação do público, que reclamou de não ter conseguido ver direito algumas cenas no ano passado, principalmente aqueles que não conseguiram lugar e ficaram mais no fundo da platéia.

    O espetáculo cresceu e, com ele, normalmente viria uma preocupação maior de que tudo saia dentro do esperado. Mas Ferreira diz estar tranquilo, porque não é um trabalho realizado por uma pessoa e sim por muitas. O grupo Cena Onze, por exemplo, é um dos mais experientes do Estado e ele conhece bem os integrantes. Além disso, procurou-se deixar tudo bem ensaiado, tanto entre os atores como com os figurantes. "É um trabalho de equipe", frisa, ressaltando que houve poucas alterações em relação à encenação de 2009.

    Flávio Ferreira se mostrou entusiasmado com a participação do ator manauara Malvino Salvador. "Ele está sendo uma grata surpresa", diz. Isto porque o profissional não se restringiu a apenas seguir as orientações do diretor, procurou "construir" o personagem de seu jeito. "Ele criou um Jesus Cristo muito forte", opina Ferreira.

    Equipe entrosada - O projeto Auto da Paixão de Cristo foi desenvolvido por três personalidades teatrais do Estado. A direção geral ficou à cargo de Flávio Ferreira, o texto é de Sarah Monarco, a criação do cenário é assinada por Luciano Antunes e a confecção é de João Cesar. Como assistentes de direção estão a fonoaudióloga e Coach Voice Sonia Mazetto e Alessandra Barros, na produção Janaina Borges de Souza e assistente de produção Daiany Poças. A coordenação é de Izi Amaral com realização do Governo do Estado, através da Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs).

    O Auto da Paixão de Cristo chega à quarta edição e ratifica a posição como item de destaque do calendário artístico, cultural e religioso de Mato Grosso. São dezenas e mais dezenas de pessoas envolvidas, entre eles adultos, jovens e crianças, presentes tanto no palco como na produção e na realização do projeto. A cidade cenográfica mantém a mesma qualidade e representa com fidelidade algumas localidades de dois mil anos atrás, entre elas a cidade de Jerusalém. Por tudo isso, o Auto da Paixão de 2010 reforça sua fama como o segundo maior espetáculo ao ar livre no país. O primeiro é a encenação da Paixão de Cristo realizada em Nova Jerusalém, no estado de Pernambuco.

    O cuidado leva em conta outros aspectos como o som. Responsáveis pela trilha sonora do espetáculo, Sônia Mazetto e seu filho Alex Mazetto fizeram um trabalho de readaptação. Sônia, que no ano passado interpretou a personagem de Maria, mãe de Jesus, diz que a mudança de alguns atores traz sempre uma nova atmosfera ao espetáculo. "Cada ano a experiência é diferente, cada ator imprime algo de si. O fato de mudar algumas pessoas dá outra energia ao trabalho" , pondera. "A cada ano aprendemos um pouco mais e buscamos aperfeiçoar no ano seguinte a fim de surpreender e agradar ao público com resultados cada vez melhores", comenta o diretor geral do espetáculo.

    O estacionamento do Ginásio Aecim Tocantins recebeu cenários e decoração especiais, ambientando o espaço para as catorze cenas que contam os últimos dias de Jesus na Terra. O espetáculo tem duração aproximada de um hora e inicia com a cena do "Milagre de Lázaro", em seguida a "Acusação dos Ministros Escribas e Fariseus", os "Últimos Dias", a "Última Ceia", a "Traição de Judas", a "Agonia do Horto das Oliveiras", a "Condenação dos Sacerdotes", o "1º Fórum de Pilatos", "Perante Herodes", o "2º Fórum de Pilatos", "A Via Sacra", "Crucificação", "Sepultamento" e "Ressurreição".

    Serviço - Com estreia marcada para hoje, uma semana antes da Sexta-feira Santa, as apresentações do Auto da Paixão de 2010 vão até o dia 28 de março (domingo), sempre a partir das 20h30, no estacionamento do ginásio Aecim Tocantins. A entrada para o espetáculo e para todas as demais atrações é gratuita. Realizada sempre próximo à Semana Santa, a peça é sucesso de público, estimado em 20 mil pessoas por dia nas edições anteriores.

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